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Dos megafestivais aos shows underground

Milhares de pessoas se unem através da paixão pela música, em festivais pelo país


Com apresentações de bandas nacionais e internacionais, realizados há décadas, os eventos musicais têm alcançado um público cada vez maior nos últimos anos. Alguns deles já se tornaram tradição entre grupos de jovens que fazem verdadeiras peregrinações com o objetivo de ouvir seus ídolos tocando, ao vivo, o seu som preferido.


O Rock in Rio, um dos maiores e mais famosos festivais brasileiros, teve sua primeira edição em 1985 e trouxe ao nosso país bandas mundialmente conhecidas como Iron Maiden, Queen e AC/DC. Seu público, em outras edições, chegou a 700 mil nos sete dias do evento.


Com grande repercussão na mídia e aclamado pelos fãs de rock, o festival levou ao palco bandas como Guns N' Roses, Metallica, Sepultura e Red Hot Chilli Peppers. Ganhou, também, edições em outros países, sendo realizado em Lisboa, Las Vegas e Madrid. Além de bandas de rock, foram convidados artistas de diversos gêneros musicais para se apresentarem em shows.


Em 2012, o Brasil recebeu pela primeira vez o Lollapalooza, iniciado em 1991 nos Estados Unidos e que percorreu Chile, Argentina e Colombia, levando o rock alternativo. Com participação de bandas como Foo Fighters, The Killers, Pearl Jam, o festival contou com grande público em todas as edições. Nos últimos anos, bandas de outros gêneros e também DJS subiram ao palco.


Apesar do grande sucesso destes eventos, outros têm emergido na cena musical. Fugindo dos padrões dos megaeventos, com um público mais seletivo e bandas poucos conhecidas, os festivais underground se espalharam pelo país, indo na contramão da indústria cultural.


Um exemplo de festival underground, que quis evitar os intuitos mercadológicos, foi o Clamour Fest, que surgiu em 2006, em São Paulo. Realizado de modo independente e recebendo bandas de hardcore e heavy metal, o evento ganhou visibilidade e foi organizado em diversas cidades como São Bernardo do Campo (SP), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).


“O evento nunca teve pretensões comerciais. As colaborações eram totalmente voluntárias e as coisas foram acontecendo de forma muito espontânea e orgânica, sem qualquer tipo de ambição. Analisando isso pela ótica comercial, tudo pode soar bem utópico, mas sempre apareceram oportunidades e novas edições foram realizadas”, conta o organizador do festival, Allan Bezerra.


A intenção de participar de um festival mudou ao longo dos anos. Segundo Allan, antes da internet, o público via nestes eventos uma oportunidade de conhecer novas bandas do meio independente, mas, hoje, as pessoas estão interessadas em um line up com bandas conhecidas e consagradas. Já os organizadores, se aproveitam disso para cobrar valores altos nos ingressos.


“Os organizadores destes eventos têm direcionado mais de noventa por cento de suas escolhas em bandas do mainstream, ou seja, em plena época da gigantesca queda do número de gravadoras em atividade no mundo da música, temos um leque cada vez menor de artistas para se apresentarem nas edições destes eventos”, comenta Allan.


Em meio a este cenário, os grandes eventos perderam as suas características iniciais. O Rock in Rio, apesar de ainda atrair um grande público, é constantemente criticado por ter um número cada vez menor de bandas de rock. Já o Lollapalooza, deixou o seu aspecto alternativo e passou a contratar bandas que estão em alta na internet, para atrair seus fãs.

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