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O SUS que os brasileiros desconhecem

Defensor do Sistema Único da Saúde, Marco Antônio Manfredini afirma que brasileiros desconhecem o sistema e que, por isso, a saúde tem sido dominada pelo mercado


Ao abordar a questão da saúde pública brasileira, a imprensa expõe um quadro caótico: filas nos hospitais, falta de remédios ou exames para a população, ausência de médicos e leitos em diversas cidades e etc. Há quem informe, também, que o Sistema Único de Saúde (SUS) está em estado terminal, comparando-o a quem enfrenta uma doença que não tem mais cura.


O Brasil é o único país do mundo com mais de 100 mi de habitantes que tem um sistema público de saúde e que garante, em sua Constituição, que a saúde é um direito de todos. No entanto, a visão negativa da saúde pública têm gerado desconfiança entre os cidadãos quanto à eficácia no dever do Estado de assegurar esse direito. Cerca de 51 mi brasileiros contratam planos privados de assistência.


Contudo, há quem defenda que o SUS não é como é apresentado pela mídia, que os brasileiros não o veem na prática e que devem engajar-se na luta pela garantia da saúde pública como um direito. “As pessoas que defendem o SUS entendem que saúde é um direito de cidadania. Saúde não é uma mercadoria, não se pode depender de recursos financeiros para comprá-la”, comenta Marco Antônio Manfredini, secretário-geral do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e docente da faculdade de Saúde Pública da USP.


Outro princípio pautado pelos defensores do SUS como modelo de saúde ideal é o da universalidade, em que se parte do pressuposto de que o sistema é igual para todos, independentemente das situações e posições nas quais estão as pessoas na sociedade. Um exemplo desta prática está na Inglaterra, onde o príncipe e a princesa herdeiros do trono nasceram em hospitais públicos.


O SUS compreende a saúde como parte das políticas públicas e da garantia de bem-estar social, portanto, as políticas desenvolvidas trabalham com a ideia de proteção social. Segundo Marco Antonio, o mercado tem se apropriado das políticas públicas, o que interfere diretamente na universalização, dificultando o acesso a elas por cidadão de menor poder aquisitivo.


Abordar a saúde, de acordo com o secretário, não deve se limitar à assistência médica, mas é necessário ter uma visão ampliada que engloba todos os processos sociais, como o modo como as populações vivem e trabalham, como forma de gerar saúde dentro da sociedade. Manfredini afirma, também, que é necessário investimento não só na área assistencial, mas em todas as demais, pois estão diretamente ligadas.


O SUS, além de estar envolvido com as demais políticas públicas, oferece à população brasileira serviços que não são garantidos pelos planos privados de saúde. Além do foco no cidadão e não no mercado, o sistema ainda é referência no controle e eliminação de doenças e oferece acesso universal e gratuito aos antirretrovirais.

No Brasil, mesmo os cidadãos com planos privados de saúde, utilizam-se do SUS. Uma porcentagem de 95% do financiamento de transplantes é feita pela rede pública, e ela presta socorro para 110 milhões de pessoas.

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